Síndrome do Pânico
A síndrome do pânico atinge de 2% a 4% da população mundial e atrapalha muitas pessoas, mudando seu cotidiano e impedindo a pessoa de viver. O Jornal Comunicação, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fez uma matéria contando a experiência da estudante Maria Eduarda, que sentiu asfixia – um dos sintomas da síndrome – dentro do ônibus que pegava para ir à faculdade ao ver que mais e mais pessoas entravam nele. “Eu sentia que ia morrer sem ar, que iam me pisotear. Então apaguei”, relatou a moça.
O caso aconteceu há dois anos, mas a doença já afetava Maria Eduarda e modificou totalmente sua vida, fazendo-a até desistir do curso. A síndrome do pânico são essas reações repentinas físicas e mentais causadas por muita ansiedade ou medo. Geralmente a pessoa se sente em grande perigo, sentindo até que vai morrer. Uma das causas pode ser o estresse, mas quando os episódios começam a acontecer mais vezes e mais intensos, é hora de procurar ajuda médica.
O psicólogo comportamental e membro do NTCR-C, Carlos Esteves, explica que a síndrome pode também aparecer devido a uma situação específica. “A crise normalmente está relacionada a trauma, visto que o pânico é um sentimento de medo extremo”, afirma. O tratamento pode ser feito com acompanhamento psicológico. Para Esteves o papel da terapia é identificar e analisar a relação entre os sintomas e, a partir disso, auxiliar o paciente a desenvolver novos comportamentos que o ajudem a lidar com esses aspectos. Cada reação depende do medo que a pessoa está sentindo.
Tratamento
Além das reações físicas, uma parte química também é afetada pela síndrome. Nesse caso, tratamentos psiquiátricos com ajuda de remédios podem auxiliar. O psiquiatra e professor de psiquiatria da UFPR, Élio Luiz Mauer, explica que todas as reações humanas estão relacionadas com o cérebro. “Nada é completamente comportamental, o cérebro controla o corpo quimicamente, incluindo reações de medo”, diz.
Como tratamento, os médicos costumam receitar antidepressivos e psicoterapia. Mas os remédios afetam bastante o corpo e podem ter efeitos colaterais negativos. Em casos mais graves, o paciente chega a mudar sua rotina e ficar mais perto de hospitais.
Maria Eduarda não conseguiu se adaptar aos remédios e resolveu continuar apenas com a terapia, aprendendo a lidar dentro de casa com a síndrome. Desde o ano passado evita sair sozinha e evita lugares onde possa ter uma reação negativa. Para ela, o controle emocional é o mais difícil e muitas pessoas não entendem, fazendo dela mesma a única pessoa que pode confiar. Mesmo com tudo isso, Maria Eduarda pretende começar uma nova faculdade e continuar com o tratamento para aprender a lidar com seus medos.